Sunday, November 27, 2011

Workin' in Rio

Pois é, a parte complicada é o visto.
Mas aqui vai o meu "Guia não oficial para arranjar trabalho no Rio de Janeiro (em menos de uma semana)"

Ora vamos por partes:

1. Uma pessoa estabelece o objectivo de vir viver e trabalhar para o Brasil.
Porquê? Porque em Portugal não se consegue arranjar trabalho pago. Nem falo especificamente de arquitectura (porque é bastante deprimente olhar para os anúncios de emprego que pedem um arquitecto com 5 anos de experiência para receber 800€). O clima em Portugal é de depressão generalizada, cada dia ficamos mais pobres, mais tristes, e mais deprimidos - sim, depressões a sério, com medicação e tudo (que, by the way, já não é comparticipada)
Ok, foi escolhido o Brasil, agora é só escolher a cidade. Em São Paulo há mais oferta de emprego, e em Brasília não há favelas, mas no Rio de Janeiro há mar!! E que cidade maravilhosa! (for real)

2. Fazer um estudo de mercado.
Nem é preciso levar a coisa muito a sério, basta ir à net, falar com pessoas e amigos de amigos que tenham um primo que é vizinho de um tipo que conhece uma moça que trabalha numa empresa qualquer, e enviar mails com fartura carregadinhos de exageros e coisas maravilhosas sobre a fantástica experiência de trabalho. Obviamente que convém ter um bom currículo, coisa moderna, portfolio na net (caso seja aplicável - mas fica bem a qualquer um ter uma página no Linkedin). Não te esquecer que o CV tipo Europass não é o modelo brasileiro -pode-se usar a mesma estrutura mas mudar a cara da coisa.
Basicamente é preciso fazer uma pesquisa inicial das empresas em que se pretende trabalhar. Tirar a morada, ver +/- no Google Maps onde é que essas empresas ficam, e traçar um plano de ataque (ponto 5).

3. Arranjar uma casa.
Caso não se obtenha resposta a nenhum email, que é o que vai acontecer (eu mandei má-de mil mails miga  e não tive nem uma resposta) não é preciso desesperar, eu consegui emprego em menos de uma semana.
O ideal é uma pessoa comprar logo o bilhete de avião de ida e volta por 6 meses (o tempo do visto é três meses, mas pode-se ir à Policia Federal carimbar o passaporte para ficar válido por mais três meses). Com a passagem de avião na mão, deixa-se logo de pensar "ah...se calhar afinal não vou", principalmente depois do valor astronómico que se paga pelos bilhetes.
Para arranjar casa convém conhecer as zonas da cidade em que se pode alugar casa, e mais ou menos os preços praticados, e não há nada como falar com amigos de amigos que conhecem alguém, etc etc, porque as pessoas estão todas dispostas a ajudar, e principalmente a dividir casa.
A coisa por cá não está assim tão fácil. Arranjar casa é o passo mais difícil. Eu tive sorte e vim dividir casa com a Rita que já cá está há 3 anos, e estamos em processo de procura de outra casa para dividir por três com a Margarida, que mora por cima de nós (bem lá em cima, nós estamos no primeiro andar e ela no sétimo). As rendas estão a aumentar e como nós não conseguimos fazer contrato porque não temos fiador (granda filme) não conseguimos impedir que as rendas aumentem de mês para mês, ainda por cima com esta brincadeira da Copa do Mundo aí à porta, e os Jogos Olímpicos também.
Anyway, as melhores zonas são as seguintes:
Zona Sul:
Leme: barato e mais perto do centro;
Copacabana: animado, não tão barato, mas é o melhor sítio em termos de localização e transportes;
Ipanema: mais caro que copa, mas tem mais classe e fica mais perto da lagoa (e as pessoas são bem mais giras);
Leblon: bem mais caro que todos os outros sítios, é a zona chique, mas também é bem bonito e tranquilo;
Gávea: ahahaha, nem pensar!
Barra da Tijuca: Condomínios e condomínios atrás de condomínios, é preciso ter carro e fica longe de tudo - aparentemente consegue-se encontrar coisas até nem muito caras, mas atenção que depois paga-se um balúrdio de condomínio, e os acessos são terríveis porque aquilo ficá lá no c* de Judas;

Ajuda bastante dar uma olhadela em blogues e mapas para fazer uma sondagem da cidade assim por alto.

4. Chegada.
Agora é que são elas... Começa o stress psicológico de não ter um emprego, misturado com a adrenalina de conhecer a cidade e o estilo de vida, descobrir as diferenças, começar a comparar preços e qualidade de vida, conhecer as ruas ao pé de casa, etc.
Antes se se passar ao ponto seguinte (a efectiva busca de emprego) é muito importante, repito, MUITO IMPORTANTE, obter o mais rapidamente possível  um telemóvel com um número brasileiro, morada brasileira da cidade em que se procura emprego, e CPF. Só depois de ter a morada e o telemóvel é que se pode procurar trabalho, senão eles nem querem saber (é por isso que não responderam aos emails que foram enviados anteriormente - para eles é muito importante a pessoa já estar a morar no Brasil)

5. Plano de Ataque.
E só assim é que funciona: imprimir currículos, portfolios e cartas de recomendação, e ir a cada empresa (previamente seleccionada enquanto ainda em Portugal) e atacar directamente na fonte. Ou seja, chegar lá e pedir para falar com a pessoa responsável pela contratação, que se está à procura de emprego, etc e tal. Eles normalmente respondem logo que a pessoa não está, então aí deve-se insistir e dizer que se quer falar com um arquitecto (cada caso é um caso) e que qualquer um serve, mas que apenas pretende deixar o currículo com alguém, e que é coisa rápida... enfim, cada um canta a cantiga que quiser, mas o importante é uma pessoa demonstrar mesmo que está interessada, e a partir daí é uma questão de vender melhor o peixe!
Convém falar com alguém da mesma área para ter uma noção de qual é o ordenado médio, para saber o que pedir, mas isso é job interview 1o1 em qualquer lugar! Nem preciso de dizer que é preciso estudar bem a empresa antes de ir lá bater à porta.

Agora, dependendo do tipo de trabalho, pode ou não existir a possibilidade de eles assinarem a carteira de trabalho, ou seja, ser legal e com contrato de trabalho. O que sucede é que um trabalhador que receba ordenado com contrato tem um quantidade astronómica de impostos para pagar, e a coisa fica pela metade, é preciso ter muita atenção a quanto é que se vai receber limpos! As vantagens são muitas porque normalmente vêm com plano de saúde e dentário e refeições incluídas - para não falar do visto!

6. O Visto.
Ah pois é! E agora, que uma pessoa já se preparou para assentar arraiais, tem apenas seis meses para inventar uma manha qualquer para conseguir o visto. As únicas hipóteses (aceitáveis, obviamente que vou emitir o casamento com um brasileiro) são o tal contrato de trabalho - que é quase só para as construtoras - mais ou menos impossível de conseguir porque as empresas pagam tantas taxas que preferem ter mais de 50 trabalhadores off the record - ou então tentar o visto de estudante: gastas uma pequena fortuna a tirar um cursozeco aos sábados durante dois anos para teres um visto à maneira! E esta até é uma boa hipótese, considerando os excelentes descontos de estudante que eles fazem aqui, é até bastante rentável. Outra hipótese mais remota é tornar-se sócio de um brasileiro, ou residente, mas aí já é um investimento maior que envolve advogados e comprovativos de produção e outros papéis com nomes todos fancy, e uma pipa de massa a entrar no Brasil (que até nem é má ideia meter aqui o dinheiro a render pois a percentagem de lucro é +/- 10% a mais que na Europa - muita bem!)

7. Depois de ter o visto: Enjoy!
É uma vida espectacular. Trabalha-se muito durante a semana, mas esta cidade fervilha de emoções diariamente. Se dá para uma pessoa fazer muito dinheiro ou não apenas depende do tipo de empreendedorismo de cada um e há oportunidades para todo o tipo de negócio. Ainda falta muita coisa comparando com a Europa, isto em termos de acesso a certos produtos e a uma certa qualidade de vida. Lá está, é a ausência de uma classe média, e a mania dos produtos importados (com razão, a qualidade de algumas coisas é bem duvidosa). Falta mão de obra especializada, e isso sente-se muito na eficiência e funcionamento das empresas. Os equipamentos são caros porque são importados, mas em compensação os materiais são ao preço da chuva.
Mas agora vamos ao que é mais importante: um mercado de 190 milhões - e cada um explora isso da maneira que melhor entender.


Saturday, November 26, 2011

Just another boring week...

Comecei a correr esta semana, e fiquei bastante satisfeita com a minha prestação! Eu que nem 5 minutos aguentava, dei por mim a correr 30 minutos non stop! Até tive que fazer um pequeno (mas bom) investimento e comprei uns ténis da Nike e uma vestimenta apropriada para o calçadão.
Há imensa gente de todo tipo a fazer exercício, eles aqui têm muito o hábito de correr e, pelo menos na zona sul, têm boas infra-estruturas para isso.
Vamos ver enquanto dura esta mania de correr (espero que me passem as dores musculares, e principalmente uma dor assassina nas costas - assassina porque eu posso matar alguém que me obrigue a mexer por qualquer razão inútil)

Entretanto, no sábado passado fomos a um barzito aqui perto de casa onde passava um rock dos anos 60/70 mesmo à séria! Era o Emporio em Ipanema (onde tentámos ir na quinta feira anterior), que tem caipirinhas de todas as frutas possíveis.

Hoje (sábado) fui com a Margarida à Barra da Tijuca para pagar um curso que ela vai fazer (uma maneira de conseguir o visto) e perdemo-nos no meio do nada! Aquilo é só condomínios gigantes! A própria rua atravessa os condomínios! As pessoas de lá foram impecáveis, havia um senhor que passou duas vezes por nós de bicicleta, com o seu chapéu de palha, barba branca, e uma forma arredondadavelmente saudável, aos berros a dizer "Bom dia bom dia! Hoje está um belo dia para se viver na Barra! Vocês estão na Barra, o melhor sítio para se viver! Bom dia bom dia meninas" - claramente uma pessoa feliz. E um moço que estava a correr parou para nos ajudar duas vezes, e até voltou para trás para nos informar que tinha ido lá ao fundo não sei onde perguntar ao segurança que disse que não estávamos a ir para o sítio certo e que não existia nenhuma escola ali. Enfim, foram mesmo simpáticos.... mas espera!
O cúmulo da simpatia veio quando percebemos que tínhamos virado para a rua da direita (andámos 30 minutos a pé num calor insopurtável e abafado) e deveríamos ter ido para o lado esquerdo 3 vezes a distância percorrida!! Pânico!! oh nãaaaaaaaaaooooo! Teríamos de apanhar um táxi, mas estávamos no meio de condomínios, fomos ao segurança que arranjou uns números de táxis, mas até nos ofereceu umas cadeirinhas porque teríamos de esperar muito tempo (sentadas)! Decidimos ir andando e tentar a nossa sorte, e eis que a sorte chegou! Apareceu um táxi que mandámos parar mas que nos informou que não estava a trabalhar e que estava só em passeio MAS que nos daria boleia até à praça de táxis mais perto! Isto não existe! Fomos à conversa com ele e com a senhora que o acompanhava até ao nosso pit stop para almoço, onde teríamos outros táxis à disposição... bla bla bla... almoço, bla bla bla... taxi, bla bla bla... encontrar escola. Parte gira: a secretaria tinha fechado há 10 minutos. The end.

A Margarida estava miseravelmente triste, e fomos ao Barra Shopping onde eu encontrei o que? o quê? o quê? uma FNAC!!! weeeeeee!! oh happy day!
Nunca vi nada tão grande na minha vida como aquele shopping, que liga com outro shopping e esta gente adora shoppings porque o referido shopping (não adoram esta palavra shopping) estava cheio de gente e fugimos dali o mais depressa que pudemos... já estava a ter um ataque de pânico com tanta gente. Nem conseguíamos andar em frente dois passos sem ter que fazer um desvio. (que exageeeero! dois passos! NEM UM! estava mesmo impossível, parecia que estava a dançar salsa, uma passo para aqui, agora desvia para ali, agora para ali, passos curtos um-dois-um-dois-um-um-um-dois) enfim, uma aventura a não repetir (só se for para ir à fnac ihihih)

Margarida, feel free to comment.

Saturday, November 19, 2011

Plano B - Barra da Tijuca

Na quinta feira tínhamos sido convidadas para ir a uma festa na casa de um actor famoso, e na verdade parece ser bem interessante pelos trabalhos que faz, também é realizador, e um dos heróis pessoais da Rita, por isso imaginem a excitação que se passava nesta casa! Um dos amigos da Rita tinha feito a trilha sonora para "O Palhaço" do Selton Mello, com o Selton Mello, realizado pelo Selton Mello, protagonizado pelo Selton Mello, etc etc Selton Mello. Eu gostei muito do filme, e principalmente da curta que ele fez sobre o Tarantino (a ver em posts anteriores - ehehe sempre quis ter posts a referirem outros posts - dá uma certa ideia de continuidade e perseverança à coisa). Mas acontece que não fomos... O tal amigo da Rita não nos deu a morada, e depois não conseguimos falar com ele e tivémos de ingressar no plano B (parece ridículo, mas na verdade também tínhamos um plano C - festa reggae; e um plano D - um concerto qualquer num sítio que eu não sei o nome).

O Plano B:
Festa na Barra da Tijuca! Era o aniversário de um amigo da Rita, que mora na Barra da Tijuca, e que mundo estranho! A festa era dentro de um condomínio, que para além de uma Casa de Festas, Lavandaria, Mini-mercado, Veterinário (e pessoal para passear os cães - o que é bastante comum no Rio) e outras coisas.
Foi contratado um DJ, barmans, seguranças, um anão e um mágico. Ora, um anão já tinha visto (JB Rabona, you know what I mean), mas um mágico?! wtf? As meninas estavam todas aperaltadas e apesar de nem todas terem um corpinho de sereia (mais de baleia) tinham sapatos Jimmy Choo e Louboutin (e ainda assim conseguiram comprar os mais feios). A festa estava animada, mas era mais para amigos próximos - com descendência de pinguins de certeza, estava um gelo naquela sala! - e a decepção de não termos ido à festa do Selton Mello (Selton Mello! omg!) adicionando as poucas horas de sono, e a dor na alma de termos pago uma pipa de massa pelo taxi, levaram-nos a sair mais cedo da festa e fazer um early retirement straight to bed.
A Barra é uma zona da cidade, mas fora da cidade. Eu só fui à noite, mas suponho que a vista seja fantástica, o caminho para lá é longo e sinuoso, e já me disseram que o trânsito é bastante complicado (a nossa taxista levou-nos aos esses, e eu juro que temi pela minha vida diversas vezes - aposto que pagámos mais por causa da quantidade de quilómetros extra devido à má condução dela). A Barra não é feita para pessoas, só para carros, todos têm uma viatura particular, e atravessar a rua assemelha-se à Missão Impossível - "O Peão Suícida". Os condomínios são gigantes e têm tudo lá dentro, funcionando como pequenas ilhas (ou grandes ilhas). Os prédios são horrorosos, mas não se pode fazer nada em relação a isso... Como alguém que eu conheço diria: "é um bom sítio para se arranjar um marido", eles devem nadar em dinheiro, e alguns nadam em mau gosto, mas olha, não se pode ter tudo!

Quinta Feira

Ora, o que é que as quintas feiras têm de especial? Nada? Tudo!
Era apenas mais um dia de trabalho, e pensei ir para casa cedo, e a Dani convidou-me a ir jantar com ela ao Shoping Praia do Botafogo, que tem uma vista impressionante sobre a Lagoa. Comemos numa espécie de fast food (not so fast) e comemos um Bóbó de Camarão, que não estava grande coisa, mas a mim soube-me maravilhosamente bem! Seguindo os conselhos da Rita que me disse que eu tinha obrigatoriamente de provar um milkshake de Ovomaltine do Bob's Burguer - uma cadeia de restaurantes tipo Mac, muito famosa aqui - e que as pessoas que vão ao Mac Donalds a seguir vão ao Bob's buscar esse tal famoso milkshake: é delicioso! Tem uns pedaços de qualquer coisa crocante lá pelo meio, tem uma textura aveludada e escorrega que é uma maravilha!
Entretanto descobri que esta gente adora o meu corte de cabelo! Já me tinha acontecido no Shoping do Leblon, na fila do Starbucks, uma moça perguntou-me onde é que eu tinha cortado o cabelo, ao qual eu obviamente respondi Lisboa... ela ficou logo toda excitada "só na Europa é que sabem cortar o cabelo, aqui no Brasil não sabem fazer essas coisas criativas, etc, etc...". Mas esta foi bem mais engraçada: eu e a Dani, quando íamos embora, entrámos numa loja perto do sítio por onde tínhamos passado antes de jantar, e a moça da loja começou à conversa a dizer que nós já lá tínhamos estado, e nós respondemos logo que não, mas que tínhamos passado à porta há umas horas atrás "ah! claro! Eu reconheci o seu corte de cabelo!". E a minha mala (em forma de rádio antigo), atiram-se para o chão de tão legal que é!

Anyway...
A Rita e a Margarida já me tinham informado da decisão de irmos a um barzinho em Ipanema, coisa para a qual eu não estava muito inclinada a fazer, e pensei em dirigir-me discretamente a casa, na esperança que elas já lá não tivessem...mas estavam...dammit! (elas e uma garrafa de vinho)
Lá me arrastaram para Ipanema, e aproveitei para chatear o Thiagão, que viveu comigo em Milão e já não o via há mais de 5 anos (e ele era praticamente o meu melhor amigo, vizinho de porta, go to guy). Estava profundamente chateada por ainda não me ter encontrado com ele e já cá estou nesta terra há quase um mês!! E ele foi lá ter!!!!! ehehehe fiquei mesmo contente pelo reencontro! Conclusão: O Thiago e dois amigos  iam a um albergue a um concerto de Jazz de uma banda argentina. Eu estava tão feliz que para mim qualquer coisa servia, então lá fomos! Aquilo ficava em Copacabana, e logisticamente, cabíamos todos no carro de um deles, a trupe era: Thiago, Filipe, Filipe, Rita, Rita e Margarida. E foi BRUTAL! No Pura Vida Hostel, uma banda Argentina: Fiero, que tocavam uma mistura de jazz, muito funk, reggae, ska, drum n' bass, etc. O importante é que tocavam bem, toda a gente estava a dançar, havia alguns gatinhos (e não estou a falar de felinos felpudos), ficava bem pertinho de casa. Ficámos lá até aquilo fechar. A Rita até conseguiu um cd grátis e tudo! Adorámos a noite, foi muito divertida! Foi giro é o trabalho no dia a seguir....

Sunday, November 13, 2011

Samba

Ah pois é! Eu, je, me myself fui ao Samba!
E o que é que significa isto de ir ao Samba? Então é o seguinte: é uma espécie de um concerto numa praça, gratuito obviamente, com barraquinhas que vendem espetinhos - espetadas - de frango, salsicha, carne, queijo coalho (com ou sem oregãos), que curiosamente mergulham num molho campanhã para depois a farofa pegar - muita técnica.
A banda toca, várias pessoas entram para cantar, e toda a gente no público sabe as letras e cantam e dançam como se não houvesse amanhã! (e acredito que para alguns não há mesmo, à medida que vão emborcando latões de cerveja e caipirinhas de limão - lima - uva, kiwi, etc). Tive o prazer de ir com uma carioca de gema que conhecia todas as músicas e dançava com tanta energia que me deixava estupefacta (ela ainda quer ir para o samba hoje, mas eu tenho as minhas limitações físicas, aquilo cansa)

Agora vamos à lista do post anterior:
Koni: tenho um à porta de casa, literalmente, e é uma maravilha! Quando não nos apetece cozinhar é sempre uma boa opção, bem como o Cafeína, que é um cafézinho com padaria, que tem tudo de bom: café, cappuccino, mocaccino, cocolate quente, cocolate com leite e café, café com doce de leite, etc... waffles, scones, torradas, broinha, sandwiches (aqui não há "sandes")
Por falar nisso, é óptimo para brunchar, que foi o que fizemos já diversas vezes depois do trabalho, e hoje ao pequeno almoço (às 6 da tarde) no Pão e Companhia - tem um amplo bufete de comida a peso com uma grande variedade de pastelarias e ovos mexidos, umas bruschetas deliciosas, enfim.

Voltando à lista, na terça-feira a malta lá do escritório entrava gratuitamente na Casa Cor em Botafogo, num palacete antigo brutal, com decorações porreiras (mas como este ano já tinha tido uma semana intensa de Design Week - fuorisaloni em Milão, a coisa aqui não foi assim nada de breathtaking). Fui lá com a Roberta, Daniela e Leilane, e o resto do pessoal ia lá ter depois. Tínhamos de dar um pulinho na apresentação da Deca Garden Lounge, por Bel Lobo e Bob Neri, o espaço estava muito engraçado, mas o que foi mesmo uma surpresa foi quando os arquitectos começaram a cantar com um grupo de amigos, suponho que também fossem arquitectos, tipo em coro, muito coordenados e principalmente, muito divertidos, a-do-rei! (fotos)






















Reidy foi um arquitecto modernista brasileiro, que foi um dos "criadores" do Rio de Janeiro em termos urbanísticos. O filme está brutalíssimo e aconselho todos os arquitectos a ver, por razões óbvias, e a todos os que amam esta cidade, para aprender muito sobre ela. Apesar de alguns problemas de som na entrevista ao Paulo Mendes da Rocha (fez o projecto para o novo Museu dos Coches em Lisboa e escreveu um livro muito engraçado Maquetes de Papel) o documentário tem bastante qualidade! Tem animações muito giras sobre o "desmonte" de algumas favelas, a construção do aterro, e os processos construtivos de uma obra divinal: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (procurem imagens no google, a sério, o edifício não tem um único pilar!! É não só uma obra de arquitectura genial, mas também de engenharia)
Quem fez o filme foi uma sobrinha da esposa dele, que conseguiu entrevistar Lúcio Costa antes de este falecer (obviamente) e deixou essa entrevista na gaveta durante 8 anos antes de se dedicar ao filme. Apesar de não ser arquitecta, ela conseguiu compreender o urbanismo, arquitectura e design inerentes nos projectos de Reidy e representá-los na tela de cinema (até parece uma crítica de cinema a sério).
O melhor de tudo foi o local onde fomos assistir à pré-estreia: Instituto Moreira Sales, na Gávea.









Entretanto, e de forma a completar a lista, comi pão de queijo enquanto assistia o filme, óptimo, e quentinho, bastante elástico e basta dizer isto para vocês terem a ideia de quão delicioso era (patrocinado pela Dani, que gentilmente me salvou a vida quando me ofereceu algo para comer, neste caso, o referido pão de queijo)
Voltei para casa de metrô (ihihih - metrô) que, pelo menos na zona sul, é bastante limpo, até agradável (comparando com o buraco feio e sujo que havia em Milão) é um pouco mais caro que uma viagem de ônibus (ihihih - ônibus).
Também fomos ao cinema ver "O Palhaço" realizado pelo actor principal, Selton Mello, que, by the way, tem uma cena brutal no youtube sobre a ligação entre todos os filmes do Tarantino que vos vai deixar boquiabertos! "Tarantino's Mind", a não perder!


Amanhã vão fazer uma mega operação na Favela da Rocinha, e acho até curioso que anunciem tudo na tv (mostram os tanques e tudo!) que fica perto da Gávea, que por sua vez fica perto da Lagoa, que é onde eu trabalho (amanhã não porque é domingo, mas sabe-se lá o tempo que demoram estas coisas). Fun fact: é a maior favela do Rio, e nos últimos censos tinha 180 mil habitantes (imaginem os que não se registam, devem ser poucos...) e supostamente é a favela com maior densidade populacional da América Latina.

 *Hoje deu-me para colocar links com fartura...

Friday, November 11, 2011

coisa gira






Novidades

há algumas. .. mas isto de ser uma semana de trabalho intensivo não dá para escrever todos os dias. Prometo que vou tentar actualizar este fim-de-semana.
O que é que eu tenho para dizer (para não me esquecer):
- Koni
- Cafeína
- Casa Cor
- Reidy
- Metrô (ihihih metrô)
- Pão de queijo

Sunday, November 06, 2011

Urca

Não estou a brincar, o nome é mesmo "Urca"
É um bairro muito engraçado que fica no pé do Pão de Açúcar. Tem uma vista brutal para a cidade, e tem um ambiente mesmo porreiro. Então, era suposto eu e a Margarida irmos ter com umas colegas do meu escritório, a Roberta e a Daniela, para assistirmos a um show de música (não sei bem o quê, mas parecia interessante) na UFRJ - uma escola que fica entre a Urca e Botafogo, mas era muito cedo: ao meio dia, num sábado: ah tá! Chegámos tão atrasadas que perdemos o show. Tínhamos ido comprar um cesto para a minha bicicleta, de agora em diante conhecida como Raio Azul (sugestão da minha mãe, que achou por bem relembrar-me de uma memória de infância muito triste onde ela ofereceu a minha bicicleta preferida, com esse mesmo nome, a um moço que deixou a bicicleta dele no meio da estrada, a qual foi obviamente passada a ferro com o carro da minha referida mãe).
Anyway, fui colocar o cesto - azul - porque as opções eram rosa, roxo, e violeta. Ora como muito bem sabem, eu tenho um ódio específico ao cor-de-rosa e a todas as suas variantes directas, sobrando um azul relativamente aceitável (o que estava em exposição na loja era azul bebé, que também não é giro). Montaram o cesto, aproveitaram para dar uma olhada nas mudanças - relembro um post anterior em que refiro que a maldita bicicleta decidiu deixar-me com as mãos cheias de óleo da corrente que saltou no meio de um sítio manhoso.


Então voltando à Urca: aparentemente foi o primeiro sítio onde desembarcaram os portugueses, e como todos os sítios por onde nós andámos, é lindíssimo! Entramos pela orla costeira, numa calçada estreita q.b. e sem ciclovia, mas faz-se bem. Fica virada para a baía principal e a costa tem vários recortes com paisagens surpreendentes a cada curva. Ficámos num boteco chamado Bar da Urca onde comemos uma casquinha de siri - concha feita em massa com uma pasta de caranguejo deliciosamente temperada que vai ao forno a gratinar - sabe tão bem quanto parece. Estava cheio de malta nova, sentados no muro a beber cerveja e comer pasteis de camarão, de feijão (a Margarida bem que pediu de requeijão, mas assustou-se quando viu o que estava lá dentro - problemas de comunicação gravíssimos) pasteis de siri, carne, peixe, tudo! (menos requeijão). Decidimos dividir pelas cinco uma dose de Camarão à Milanesa, conforme podem observar pelas fotos, e ficámos à conversa a tarde toda, rodeadas por esta vista maravilhosa, onde se foram juntando uns amigos da Rita. Com a noite a cair, voltámos para casa e parámos no calçadão para comer uma tapioca recheada com raspas de coco e queijo, e beber uma água de coco.

Mais um sábado bem passado.











Tuesday, November 01, 2011

Wishlist

quero um visto de residente permanente no Brasil
quero uma carteira de trabalho (para poder ter contrato de trabalho)
quero um contrato de trabalho (para ter um visto)
quero um cartão de estudante (para óptimos descontos)
quero uma conta bancária (para poder receber o meu ordenado)
quero um fiador (para poder alugar casa)
quero um apartamento com 3 quartos na zona sul (baratinho fáxavôr)


*Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

FOLLOWERS

Acho muito mal obrigarem-me a escrever isto, e depois ninguém lê, e depois queixam-se que não dou notícias, e depois não há followers. Depois acho muito mal.

E está a chover outra vez... dam it

Monday, October 31, 2011

Hoje apanhei a molha da minha vida

Hoje apanhei a molha da minha vida.

Só me apetece dizer isto.

Mas vá, eu faço um esforço para me inspirar e contar os acontecimentos do fim-de-semana, enquanto me escorre água do cabelo em cima do teclado.... bah

Por ordem cronológica, começamos por sábado. Fui com a Margarida (uma moça portuguesa que vive no nosso prédio - arquitecta, mas já lá vamos) à praia em Copacabana. Mas que má experiência! A praia cheirava mal nas horas! Havia umas algas enroladas na areia a secar com um calor alucinante. A praia tem uma corrente muito, muito MUITO forte! (e tinha mais algas gelatinosas - iék)
Conclusão: não foi a melhor experiência de praia no Rio de Janeiro, mas aparentemente foi mesmo uma grande excepção, e aquilo não costuma estar assim (acho que o melhor é Ipanema - e a barra da Tijuca - mas isso já é outro nível).
Então, os turistas reconhecem-se por levarem toalha para a praia (aqui é só daquelas cangas fininhas) e toda a gente se senta nas cadeirinhas (não necessariamente a olhar para o mar - eles vão à praia para serem vistos). E não há silêncio na praia, nem vale a pena levar livro: estão todos aos berros a tentar vender tudo o que é comes e bebes!





Depois fomos aproveitar a restaurant week e fomos a um japonês em Botafogo. Fomos de van, que se apanha no calçadão. Qualquer uma serve, basta perguntar se passa pelo sítio onde queremos ir, e acerta-se o preço antes de entrar.
Eis as fotos do jantar:





De entrada comemos uns rolinhos de salmão grelhado recheado com queijo filadélfia e um molho tipo melaço (deliciosos!) depois, havia um farfalle ao molho de camarão com tomate cherry, shitake (?) e tofu, ou então um combinado de 20 peças.
Depois fomos para a Lapa, que funciona mais ou menos (mais para o menos) como o bairro alto. Trata-se de uma zona com casas estilo colonial (acho eu - não fiz pesquisa, e também só lá fui à noite) onde há barzinhos com música ao vivo - brasileira - e umas barraquinhas com comida. Voltámos para casa de táxi, um serviço que até funciona bem.

Nessa noite choveu como se não houvesse amanhã!
(mas houve, e fomos ao cinema: é bastante caro, 20 reais, mas aqui o cartão de estudante compensa mesmo, não se trata apenas de um desconto, as coisas ficam todas a metade do preço - note to self: arranjar cartão de estudante)

E hoje foi mais um dia de trabalho: experimentei ir de ônibus ehehe! 2,5 reais, e alguns até são relativamente suportáveis. Mas apanhei uma molha a sair do estúdio!! tive de esperar pelo bus abraçada a uma árvore de forma a não levar com gotas gigantes de água em cima! 

Au revoir
Eu já não tenho paciência para escrever coisas que vocês não têm paciência para ler


Friday, October 28, 2011

Primeiro dia de trabalho

ah pois é! cheguei há exactamente uma semana (na sexta feira dia 21) e hoje foi o meu primeiro dia de trabalho! Consegui a fantástica proeza (ironia - 4 é muito pouco) de visitar de bicicleta 4 ateliers de arquitectura situados na zona da lagoa (obviamente que foram previamente seleccionados em Lisboa). Escusado será dizer que houve alturas em que bufava de calor e cansaço enquanto pedalava ao sol escaldante +/- bem vestida (calças e camisa) o que é demais para esta gente, que prefere o uso da indumentária "fato-de-banho" - e é só.
Então, ontem, enquanto fui visitar mais ateliers, um deles sem qualquer esperança, mas também ficava numa zona meio manhosa que me fazia lembrar os musseques de Angola, entretanto recebi um telefonema do qual não deu para ouvir grande coisa, mas percebi "... arquitetura... hoje?...amanhã.. entre as 9h e as 10h... falar.... pode ficar o resto do dia..." - conclusão, hoje comecei a trabalhar! E bem!
Vou colocar umas imagens do percurso que faço para ir para o trabalho todos os dias, pela ciclovia da lagoa. (mas não se apoquentem com invejas, porque para chegar lá tenho de subir e descer um monte - cansativo, mas pelo meio dos prédios com carros e autocarros assassinos psicopatas - medo, muito medo)

Agora a parte da comida: a Rita tem chegado a casa com coisas deliciosas para eu provar, e só me lembrei de dizer isto agora, porque ela acabou de me dar um pedaço de broinha cafeina aquecida na tostadeira, com requeijão fundido por cima.... e ainda estou a flutuar de satisfação (a aparência é de uma broa, mas o sabor e texturas é mais de scone). Ontem foram uns biscoitos de polvilho, feitos com a mesma massa do pão de queijo, mas crocantes.
Hoje ao almoço apercebi-me que vou comer arroz com feijão todos os dias... que é o prato do dia .......(wait for it....)...... todos os dias!

Enfim...
(esta não foi a caminho do trabalho, mas achei que devia partilhar)


 (a minha bicicleta usada nova! - que hoje, de volta a casa, me deixou pendurada neste mesmo sítio, com a corrente presa)
ACEITAM-SE SUGESTÕES PARA NOMES!






Wednesday, October 26, 2011

No more news

Já tenho uma bicicleta! Mas tirando isso não há mais novidades... Fui deixar o meu currículo em dois ateliers, e num deles fiquei para a entrevista, e acho que gostaram mesmo de mim, mas só me confirmam para a semana se fico ou não.
Entretanto, com o meu novo meio de transporte, posso ir visitar outros dois estúdios que tenho na minha lista (e ficam uma beca mais longe).

Para vocês que não me largam com insistências de novidades: não há! ok, tenham calma! eu estou com sérias dificuldades em arranjar um adaptador para o meu PC e não consigo comunicar com tanta facilidade, para além disso, ando numa cruzada para arranjar trabalho, e como tal, não tenho andado a fazer turismo! Ainda nem tirei a máquina fotográfica da mala! Só vim morar para outro sítio, não mudei de personalidade para: "pessoa-super-fixe-que-faz-montes-de-coisas-giras-e-interessantes" - quando tiver novidades eu digo! (até estou a gostar disto do blog, já tenho um comentário positivo e tudo!)

Peace out!


Sunday, October 23, 2011

Dia 2 - Amor à segunda vista

Pois é! Com o mau tempo ontem acabei por ficar em casa e não vi o que esta cidade tem para dar! Hoje foi o dia em que me apaixonei pelo Rio!

Começando pelo início: ontem fiquei por casa a desfazer a mala e arrumar tudo nos devidos locais, previamente preparados e vagados pela Rita. Saí à rua para fazer aquilo que eu considerava ser o mais importante - arranjar um telemóvel brasileiro! Ora, já isso foi uma aventura! Sabia mais ou menos para onde tinha de ir, e que lojas deveria procurar... segui pela Av. Nossa Senhora de Copacabana que é bastante comercial, segue paralela ao calçadão (o google maps ajuda-vos), e fui vendo mais ou menos o que havia de lojas: TUDO! Segui até à loja da TIM, corresponde à TMN portuguesa, e surpresa das surpresas: não havia cartões! Maravilha... andei às voltas a subir e descer a rua até encontrar uma loja que vendesse um cartão da TIM. Não comprei telemóvel porque são o dobro do preço aqui, mais vale usar o que trouxe desbloqueado de portugal, é só trocar cartões. Devo dizer-vos que os/as personagens que estão na caixa de supermercado aqui são simplesmente... não sei como explicar... uhm.... "particulares".
Depois de ter comprado pão e cabides voltei para casa para trabalhar no portfolio e no curriculo, adicionar a morada e o contacto do celular brasileiro, para poder começar a intensiva busca de trabalho (acho que deixo isso para mais tarde).
Depois ficámos por casa a ver um movie no sofá (sofá-cama - absolutamente pecaminoso, uma bomba de inércia bastante efectiva) com uma amiga da Rita super divertida e simpática.

Agora, ao que mais interessa: o fantástico dia de hoje!
O sol apareceu, fui a pé pelo calçadão até ao hotel onde a Rita trabalha para ir buscar a bicicleta dela. Fui dar uma volta seguindo pela marginal de Ipanema cortando na Av. Epitácio Pessoa até chegar à lagoa: OMFG! que coisa bonita! Dei a volta completa e parei para beber uma água de côco bem gelada! Depois voltei para trás de forma a devolver a bicicleta à respectiva dona (e uma vez que já me doíam as costas de tanta bicicleta, achei por bem andar a pé) segui por copacabana onde parei para almoçar numa barraquinha da praia e voltei para casa.

O que é engraçado é a vida que por aqui há! Com cada personagem engraçada! E todos vivem em respeito uns pelos outros. Como é domingo a circulação automóvel estava fechada no calçadão e toda a gente estava na rua a andar a pé, de bicicleta, skate, patins, a passear o cão (e tantos cães de todas as raças! a maioria são gordos que nem texugos! e há uns pequeninos que andam de sapatos - ehehe - e ainda há uns que vão sempre ao colo). Mas as pessoas são extremamente civilizadas, nomeadamente em relação às regras das ciclovias, limpeza da rua, ajudam-se uns aos outros. Pessoas de todas as idades! Lindo!







Saturday, October 22, 2011

First day in RIO

Aqui vai um test drive ao blog.

Não sou pessoa para grandes escritas, mas devido a exigências familiares (leia-se Royal Family - vocês sabem quem são, até porque mais ninguém se vai pôr a ler isto...) sinto-me forçada a postar.

Viagem para o Rio de Janeiro, duração 9h30, num avião da TAP, onde fui colocada no último lugar (sim, fiz o check-in online, mas só havia mesmo janelas no fim do avião) e como bem sabem, a cauda abana pa c@#%/$! Para não variar os ecrãs individuais estavam avariados, por isso estou mesmo feliz por ter carregado a bateria ao ipod, e ter trazido um livro: "Catch 22", perfeitamente genial, mais um para me rir sozinha.

Chegando ao Rio, e para quem conhece os aeroportos brasileiros, já se sabe que a fila para passar na alfândega é muito menor para os estrangeiros, mas só está um balcão aberto (espertos) e só abrem os outros balcões quando acabar a fila gigantesca de residentes.... ora, lá se passaram 45 minutos à espera! Somando mais 40 minutos para a bagagem, e lá se pôs o sol. (estava mesmo com medo que a minha mala nunca mais aparecesse, já só sobraram meia dúzia de gatos pingados à espera das malas, e da minha niente!)

Anyway, back to the airport: à saída fui abordada por um moço nada mal jeitoso, a perguntar pelo bus para Ipanema, assim num inglês médio. Já sabia qual era o bus devido a um email supremamente elaborado pela Rita (estou a viver em casa dela agora) onde estava tudo bem explicadinho, e dirigi-me com o moço para o bus, onde viemos em animada cavaqueira, meio em inglês, meio em português (que ele tinha estudado) e meio em francês (a nacionalidade dele).

Cheguei ao meu destino mas já não tinha dinheiro no telemóvel português para ligar à Rita (que se ia encontrar comigo à porta de um hotel aqui ao pé de casa) nem para receber chamadas.
Desesperada (não muito) tentei ligar de um orelhão, mas é preciso ter um cartão de créditos, então não fui de modas e pedi ao porteiro se ele me deixava ligar! O moço foi impecável e emprestou-me o celular dele, ainda  ficámos na conversa até à Rita chegar.

Fomos para casa e o resto fica para outras núpcias que isto consome muito tempo e como boa desempregada que sou, não me dou a trabalhos destes.
(para além disso, a cadeira onde estou sentada está a desfazer-se e tenho medo, muito medo)